NAZARENO NEGRO. 500 mil SEGUIDORES
Ruas de Manila, capital das Filipinas
Centenas
de milhares de pessoas, aproximadamente 500 mil, segundo estimativa da polícia,
se juntaram nesta quarta-feira pelas ruas
de Manila, capital das Filipinas, em uma procissão com a imagem de Jesus
Cristo, conhecida como Nazareno Negro, em ritual que acontece todos os anos.
Os
devotos, muitos deles descalços, se aglomeram em torno da imagem na esperança de
poder tocá-la, para pedir ou agradecer por curas milagrosas. Muitos acreditam
que a estátua tem poderes místicos.
A imagem, feita de madeira e
retratando Jesus Cristo negro, foi trazida para o país por missionários
espanhóis do México em 1906, segundo a agência AP,
e sobreviveu a incêndios, terremotos e até bombardeios da 2ª Guerra Mundial.
LUTA PARA CHEGAR
PERTO - Ariel é apenas um dos milhares e milhares de devotos e
seguidores de "Nuestro Padre Jesús Nazareno" que todo dia 9 de
janeiro acompanham a imagem do Cristo sofredor pelas ruas e becos de Quiapo.
Trata-se de uma das procissões mais concorridas, mais espetaculares e
representativas de uma fé que os seguidores do Nazareno expressam ao seu estilo.
Com camisa branca,
calças arregaçadas, pés descalços e uma toalha branca amarrada à cabeça, uma
multidão incontável de homens cerca o andor que leva a imagem, com a intenção
de realizar o ato supremo de glória: ajudar a carregar esse andor, ainda que
por uns poucos segundos.
Enquanto isso, muitas
outras pessoas se aproximam o mais que podem para passar uma toalha ou lenço no
rosto de Nosso Senhor. É como se quisessem ajudar a diminuir o seu sofrimento.
É, também, para receber a sua bênção.
Muitos outros, ainda,
tentam se agarrar a uma das duas longas cordas presas ao andor.
Receber uma bênção
especial do Cristo Negro vale qualquer esforço: o calor insuportável, a
dificuldade para respirar, os empurrões e as cotoveladas.
Ariel explica que se
sente "muito espiritual" toda vez que vê o andor sair ou entrar na
igreja. Chega a chorar. Não tenta subir no andor para tocar o rosto do Cristo,
porque ficaria pesado para os carregadores. "Sempre que consegui carregar
o andor por uns segundos, me senti muito forte. Nunca senti nenhum tipo de
fraqueza."
DEVOÇÃO E ALVOROÇO - É engano
pensar que a devoção a Nosso Senhor Nazareno só se manifesta uma vez por ano. A
igreja de Quiapo está sempre abarrotada, em qualquer hora de qualquer dia do
ano. Às sextas-feiras, porque tem novena. Aos domingos, porque tem missa. No
resto dos dias, porque os fiéis sempre encontram um tempinho para uma visita ao
Nazareno.
Mulheres caminham de
joelhos do fundo da igreja até o altar. Outros fazem fila para beijar os pés do
Cristo Negro, que já estão brancos de tanto beijo e de tanto lenço esfregado
sobre eles.
A igreja de Quiapo é
um contínuo vaivém. Gente que se ajoelha, que se senta para rezar, meditar,
pedir bênçãos ao Senhor. O incessante "tráfego" que há dentro do
templo é um reflexo do tumulto e alvoroço do lado de fora.
Espiritualidade e
vida cotidiana se misturam ao redor da igreja, de maneira muito normal e
espontânea. O povo de Manila integra gestos e manifestações religiosas à vida
de todo dia: jovens carregam escapulários pendurados ao pescoço, há gente que
reza o rosário nas lotações, não se deve passar perto de uma igreja sem fazer
genuflexão...
Quiapo e seus
arredores são um retrato fiel do modo de ser do povo de Manila. Gente por tudo
quanto é lugar. Transeuntes sem rumo fixo, como que perdidos. Estudantes, donas
de casa, empregadas domésticas, aposentados...
Em Quiapo e sua
igreja, todos se sentem acolhidos. Dentro e fora, devoção e tumulto, numa
mistura dos mundos espiritual e material.
(África G. Gómez, p. 33)
Vista panorâmica das pessoas carregando o nazareno negro
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É PRECISO
Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de
que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar
o evangelho!1
Coríntios 9:16
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